O que é reavivamento e reforma? – parte 1

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“Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades. Buscá-lo deve ser nossa primeira ocupação” (Mensagens escolhidas, v. 1, p. 121). Com essas palavras, Ellen White iniciou sua matéria de capa na Review and Herald de 22 de março de 1887. O título era: “A maior necessidade da igreja”.

Hoje, 126 anos depois, essas palavras são familiares aos adventistas, principalmente depois da última assembleia mundial da igreja (2010), que lançou um “apelo urgente por reavivamento e reforma”. Tanto tempo depois, essa ainda é nossa maior necessidade, como indivíduos e como igreja mundial.

Apenas um ano depois daquele enfático chamado ao reavivamento, Deus levantou dois jovens pastores para proclamar uma importante mensagem na assembleia mundial da igreja, realizada na cidade de Minneapolis, nos Estados Unidos. Esses jovens se chamavam Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner. A pregação deles se tornou conhecida como a “mensagem de 1888”. De acordo com vários estudiosos, esse foi o momento mais decisivo da história da Igreja Adventista.

Pouco depois da reunião, Ellen White escreveu:

Quando o irmão Waggoner apresentou essas ideias em Minneapolis, foi a primeira vez que ouvi claramente o ensino a respeito desse assunto vindo de lábios humanos, exceto pelas conversas mantidas entre meu marido e eu. E, quando outra pessoa o apresentou, cada fibra de meu coração disse: “Amém!” (The Ellen G. White 1888 Materials, p. 349).

Em outra ocasião, ela disse, de maneira ainda mais entusiasmada:

Em Sua grande misericórdia, o Senhor enviou preciosa mensagem a Seu povo por intermédio dos pastores Waggoner e Jones. […] Essa é a mensagem que Deus manda proclamar ao mundo. É a terceira mensagem angélica que deve ser proclamada com alto clamor e regada com o derramamento de Seu Espírito Santo em grande medida (Testemunhos para ministros e obreiros evangélicos, p. 91-92).

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Em que consiste essa mensagem, e por que ela é tão importante? Nas palavras de Ellen White,

essa mensagem devia pôr de maneira mais preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo. Apresentava a justificação pela fé no Fiador; convidava as pessoas a receber a justiça de Cristo, que se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus (ibid.).

A mensagem proclamada por Jones e Waggoner em 1888 tinha por base principalmente a Epístola de Paulo aos Gálatas (clique aqui para saber mais sobre esse livro). Durante a década seguinte, os ensinos de Jones e Waggoner se tornaram tão populares que, em 1900-1901, Waggoner produziu um comentário bíblico e uma Lição da Escola Sabatina (em três trimestres!) a respeito de Gálatas.

Em resultado do trabalho de Ellen White, Jones e Waggoner, foram promovidos inúmeros reavivamentos entre os adventistas durante a década de 1890. Para muitos, Cristo Se tornou um Salvador mais real, e a Bíblia, um livro novo. Muitas pessoas que não conheciam a mensagem bíblica foram alcançadas, e a igreja começou a se envolver, como nunca antes, na proclamação do evangelho em países distantes.

A grande contribuição de Jones e Waggoner foi ter chamado a atenção dos adventistas para a centralidade de Cristo e do evangelho da graça. Para Ellen White, a mensagem de 1888 não se constitui precisamente nas palavras de Jones e Waggoner, mas no ensino bíblico sobre a salvação somente pela graça. Essa foi a fonte do grande reavivamento e reforma que ocorreu durante a década de 1890.

Mas, qual a relevância de tudo isso para os cristãos do século 21? Como podemos experimentar reavivamento e reforma semelhantes? Veremos isso na próxima reflexão.

(Adaptado do meu artigo publicado originalmente no Comentário da Lição da Escola Sabatina.)

O que é reavivamento e reforma? – parte 2

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  1. Se distingue do senso comum de reavivamento e reforma que temos hoje na “teologia popular”, aquela que passa de boca em boca sem considerar o que de fato é comprovado biblicamente. ou ainda, se distingue da má interpretação dos fanáticos.

  2. Pingback: O que é reavivamento e reforma? – parte 2 « Missão Pós Moderna

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