Contextualização do evangelho

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Faith Simple (Glauben Einfach), da Divisão Euro-Africana da IASD

Devemos admitir que aqui, nesta sociedade pós-moderna, estamos em um campo missionário, e precisamos pensar do mesmo modo que um posto avançado de uma missão em uma terra estrangeira desconhecida (BARTEL, 2000, p. 343-349). Há sete princípios para uma contextualização adequada (combinando as propostas de CARSON, 1996, p. 494-514; LONG, 2000, p. 328-334; DAVY, 2000, p. 356-367; FLEMMING, 2005, p. 316-318):

1. Estar disponível para criticar a falência de nossa era – o que é tão verdadeiro para o modernismo como para o pós-modernismo; a vacuidade e a confusão moral de nosso tempo podem ser um meio para o testemunho.

2. Permitir que a metanarrativa e os momentos decisivos da história da redenção guiem esse testemunho. A Bíblia já confrontou um mundo pluralista, portanto precisamos nos concentrar na teologia bíblica mais do que na teologia sistemática, de forma que a visão de mundo bíblica confronte as falsas concepções de nossos dias. Assim, devemos apresentar a narrativa bíblica e estabelecer uma narrativa testemunhal.

3. Substituir o individualismo moderno pela comunidade pós-moderna. Esta é uma cultura faminta por relacionamentos, e as pessoas estão à procura de um lugar ao qual pertencer. Uma comunidade de fé, amor e reconciliação é a melhor testemunha nestes tempos, tanto nas culturas ocidentais quanto nas não ocidentais.

4. Permitir que o evangelho histórico controle toda a contextualização do processo (OSBORNE, p. 530-560). Boa parte da proclamação ocidental do evangelho é destituída de conteúdo, do mesmo modo como ocorre muito sincretismo na igreja popular, como se vê nos contextos do terceiro-mundo [tal como o Brasil].

5. Usar, ao mesmo tempo, a imaginação para completar a comunicação verbal com formas emotivas e estéticas capazes de exprimir “a beleza e o mistério do evangelho” (FLEMMING, 2005, p. 317). Em outras palavras, devemos ser culturalmente pertinentes numa era de expressão midiática.

6. Usar a conversação e as narrativas de vida para atrair os pós-modernos para o mundo “real” do cristianismo.

7. Pensar cuidadosamente em como viver assim como também no que dizer. Nesta época, testemunhamos tanto por meio de nossas vidas transformadas, como por meio de nossos lábios comunicativos. Precisamos evitar o materialismo e os estilos de vida orientados para o sucesso existentes em nossa cultura, exibindo ao mundo uma comunidade contracultural.

Grant R. Osborne, Ph.D., é professor de Novo Testamento no Trinity Evangelical Divinity School (EUA). Retirado de A espiral hermenêutica: uma nova abordagem à interpretação bíblica (São Paulo: Vida Nova, 2009), p. 522.

Referências:

BARTEL, Don. “Evangelizing Postmoderns Using a Mission Outpost Strategy.” In: Telling the Truth: Evangelizing Postmoderns. Ed. D. A. Carson. Grand Rapids: Zondervan, 2000.

CARSON, D. A. The Gagging of God: Christianity Confronts Pluralism. Grand Rapids: Zondervan, 2000.

DAVY, Keith A. “The Gospel for a New Generation.” In: Telling the Truth: Evangelizing Postmoderns. Ed. D. A. Carson. Grand Rapids: Zondervan, 2000.

FLEMMING, Dean. Contextualization in the New Testament: Patterns for Theology and Mission. Downers Grove, IL: InterVarsity, 2005.

LONG, Jimmy. “Generating Hope: A Strategy for Reaching the Postmodern Generation.” In: Telling the Truth: Evangelizing Postmoderns. Ed. D. A. Carson. Grand Rapids: Zondervan, 2000.

OSBORNE, Grant R. A espiral hermenêutica: uma nova abordagem à interpretação bíblica. São Paulo: Vida Nova, 2009.

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