Música na igreja: o cerne da questão

Faça a seguinte pesquisa em sua igreja: saia perguntando a todos, jovens, idosos, homens, mulheres, líderes: “O que é o Evangelho?”. Então aflija-se com as respostas vazias, superficiais, quando não completamente heréticas que você ouvirá. Agora, faça outra pesquisa: pergunte quais ritmos e instrumentos musicais as pessoas aprenderam a repetir que são errados. Aí, não restarão dúvidas aos entrevistados.

O seu coração não fica devastado ao perceber que nossos irmãos ‘sabem’ muito sobre ritmos e instrumentos musicais (assuntos sobre os quais não vemos a Bíblia se preocupar), mas não sabem nada sobre Cristo e o Evangelho do Reino (tema do qual a Bíblia fala incansavelmente, de capa a capa)? Será que não percebemos que há algo realmente muito errado e que não tem que ver com música, mas com ausência de Bíblia? Não sei quanto a você, mas isso, literalmente, arranca-me o sono e as lágrimas dos olhos. Vejo pessoas aclamando cultos em que a Bíblia não é ensinada, desde que os instrumentos e acordes estejam ‘certos’ (pelos critérios de sabe-se lá quem).

O que me deixa mais estarrecida é que nos distanciamos tanto da Bíblia que, para a maioria das pessoas, determinados sermões em que a Bíblia está praticamente ausente é realmente pregar a Bíblia. Quando se fala que nossos púlpitos carecem de Bíblia, as pessoas não fazem ideia do que estamos dizendo. Nem é por mal; é que elas realmente foram ensinadas a achar que alguém falando com ar de severidade, supostamente chamando o pecado pelo nome, está certamente pregando uma mensagem bíblica.

Estude os reavivamentos bíblicos (2Cr 17:9; 2Cr 34:30-33; Ne 8) e veja que simplesmente não existe reavivamento e reforma que não comece com a Palavra e não tenha como finalidade a Palavra. Estude a Bíblia respeitando o sentido original do texto; ensine às pessoas o significado correto das passagens, ensine-as a deixarem de lado as confortáveis psicologizações da Bíblia, as belas alegorizações da Palavra que pastores e leigos tanto fazem no púlpito (sem a menor dor na consciência, em vez de se ocuparem em ensinar a Palavra ao povo). Levante-se contra sermões que só pregam distrações (por mais santificadas que pareçam) e não pregam “Cristo e este crucificado” (1Co 2:2).

O pior é que, insisto, estamos tão alienados da Bíblia que, quando o pregador é um bom orador, seja ele severo ou carismático, sequer percebemos quando estamos sendo ‘enrolados’ e a Bíblia não está sendo ensinada. Se ele preencher o tempo contando historinhas de corrente de e-mail, frases de efeito de Facebook, lendo textos de Ellen White ou mesmo textos bíblicos mas aplicando-os ao que bem entender, então, para nós, a Bíblia está sendo pregada. Piada! Abra o olho! Em que os sermões da sua igreja têm lhe ajudado a abrir a Bíblia e compreender o contexto do que você está lendo, como fez Esdras? Não se deixe enganar! Enquanto nos dedicamos a coar mosquitos, engolimos todos os dias o camelo do analfabetismo bíblico, desde que o povo saiba que o ritmo X é pecado.

(Por Vanedja Cândido)

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