Deus na pós-modernidade? – parte 2

6. Espiritualidade

A geração mais nova tende a ser mais espiritualizada do que a anterior. Mesmo entre artistas, atletas e acadêmicos, as pessoas estão se tornando mais abertas sobre sua fé e práticas. Embora exista forte desconfiança em relação à religião tradicional e à Bíblia, os pós-modernos estão abertos ao diálogo espiritual com alguém que tenha uma experiência espiritual prática e autêntica.

7. Tolerância de opostos

Uma das características mais fascinantes do pós-modernismo é a sua capacidade de tolerar os opostos. Na área filosófica, os gregos defendiam que o oposto da verdade é algo falso. O modernismo científico estava baseado na lógica grega ocidental. Mas o pensamento hebraico-bíblico pode com frequência ver ideias contrastantes não em termos de verdadeiro ou falso, mas como uma tensão entre dois polos. Por exemplo, segundo a Bíblia, Deus é imortal; contudo, Jesus Cristo, o Deus-homem, experimentou a morte. A rejeição pós-moderna da lógica grega levou o mundo para mais perto da lógica hebraico-bíblica. Isso significa que a era pós-moderna pode ser uma época melhor para se compreender a Bíblia do que as gerações passadas.

8. Verdade como história

Para os pós-modernos, a verdade não se encontra na igreja, na Bíblia (como tradicionalmente compreendida), ou na ciência. Eles buscam a verdade na comunidade e na história. O conceito de verdade como história fornece um poderoso corretivo para a maneira como a Bíblia é usada tradicionalmente. Muitos se frustram com o fato de que a Bíblia não foi escrita como um manual de teologia sistemática (uma apresentação lógica e organizada de doutrinas). Talvez você desejasse que Deus tivesse sido um pouco mais lógico sobre a questão da verdade.

Mas como eu não sei exatamente em que Deus estava pensando quando escolheu que a Bíblia fosse produzida da maneira como foi, eu só posso presumir que a Bíblia é precisamente o que Deus gostaria que fosse. Em vez de forçar a Bíblia a dizer o que eu quero que diga, devo tomar a Bíblia tal como ela é e buscar entender o que ela me diz a respeito de Deus. Deus decidiu que a Bíblia fosse uma coleção de histórias em vez de ser uma apresentação coerente de doutrinas cuidadosamente definidas. Então, o pós-modernismo pode ser nossa melhor oportunidade de explorar plenamente o que essas histórias dizem sobre o caráter e os propósitos de Deus.

Há outro ponto importante sobre a verdade. O que os pós-modernos rejeitam não é tanto a existência de uma verdade absoluta, mas a afirmação de que alguém possui um conhecimento absoluto. A Bíblia concorda que nós não podemos afirmar que temos esse tipo de conhecimento (veja Jeremias 17:9; 1 Coríntios 13:9, 12). Na verdade, quando defendemos um conhecimento absoluto, não estamos defendendo a Bíblia, mas o racionalismo modernista.

Perguntas para discussão:

1. Por que você acha que a transição para a pós-modernidade está acontecendo em nossa época? Em que aspectos a sua igreja precisa mudar sua forma de atuação para falar de maneira relevante a essa nova era?

2. Quais aspectos do evangelho podem promover o senso de comunidade entre pessoas que sentem sua própria fragilidade? De que maneira o evangelho, como você o compreende, promove humildade e autenticidade?

3. Resuma em suas próprias palavras as oito características positivas do pós-modernismo.

4. Enquanto você lê sobre essas oito características da pós-modernidade, quais estratégias pessoais para alcançar pessoas seculares vêm à sua mente? Como você pode incorporar essas estratégias no seu dia a dia? Que tipo de preparo você precisa para executá-las?

5. Em seu círculo de amigos e parentes, quem conhece melhor a mentalidade pós-moderna? Como essa pessoa pode ajudá-lo em seu objetivo de alcançar pessoas seculares?

Jon Paulien, Ph.D., é diretor da Faculdade de Teologia da Universidade de Loma Linda (EUA).

Adaptado de Jon Paulien, “God’s mighty acts in a changing world (Part 1 of 2)”, Ministry, fevereiro de 2006, p. 10-12; idem, Everlasting Gospel, Ever-changing World: Introducing Jesus to a Skeptical Generation (Boise, ID: Pacific Press, 2008), p. 57-64; idem, Reaching and Winning Secular People: A Strategy Manual (General Conference Department of Personal Ministries), p. 15-21.

Deus na pós-modernidade? – parte 1

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